Morava em SP e sempre fiz trabalho social com crianças em abrigos. Em 2015 quando mudei para Franca busquei lugares para continuar atuando com as crianças e conheci uma mãe solo, com cinco filhos, entre eles dois ainda bem pequenos que moravam em uma fábrica abandonada. Através dessa mãe fui conhecendo outras mães em situação de vulnerabilidade social, e a partir daí, comecei a levar as crianças para passear, fazer aniversários, Papai Noel e dar cesta básicas a essas mães.

Em 2018 quando eu ainda trabalhava com calçado, um dos meus clientes me solicitou uma flor de couro, quando vi a flor lembrei de uma artesã que eu conhecia na cidade, lembrei das Mães das crianças e lembrei dos resíduos gerados nas fábricas de calçados. Transformamos então couros que seriam descartados em esperança, e assim, nasceu a nossa primeira amostra da flor que até hoje permanece em nossa linha de produtos e carrega toda nossa história. Nosso primeiro pedido foram 1.000 flores, responsável pela criação do nosso projeto e marca: Mães que Florescem.

Certo momento questionei onde estavam as crianças que eu sempre apoiei? Pouco tempo depois acordei com uma frase: "Quando mães florescem, sementes de amor são plantadas", e foi daí então que tudo fez sentido e entendemos que essa era nossa missão, resgatar a dignidade e fortalecer mulheres mães, e consequentemente fortaleçam seus filhos.

E dessa flor nasceram guirlandas, presilhas, chaveiros e começamos a vender em feiras da cidade e para nossa rede de amigos. Para nossa surpresa tudo o que colocamos à venda, de fato era vendido. A partir daí, começamos a gerar renda extra para essas mães que tinham também a oportunidade de trabalhar de casa, junto de seus filhos.

Em 2019 e 2020 outras pessoas foram chegando trazendo a estamparia sustentável, a oficina de saboaria natural surgindo assim nosso Ateliê de trabalhos artesanais com impactos sociais e ambientais. 

E para nossa surpresa, em 2022 demos mais um grande passo, nos tornamos o Instituto Mães que florescem, uma ONG sem fins lucrativos que tem como objetivo a redução da desigualdade social, fortalecendo comunidades periféricas, através de oportunidades de desenvolvimento emocional, espiritual e econômico, resgatando a dignidade da mulher mãe e seus filhos para que ciclo de exclusão e violência se quebrem.